Poemas

O Bosque é verde
O Sol brilha como nunca
O Céu Azul é Infinito …
… O Momento é de Sonho.




PARA ALÉM DO AZUL


Há debaixo deste Azul
Tanta Luz e tanta Noite
Tanto Sol e tanto Frio
Tanto Abraço que sente arrepio
Porque Sonhos e Pesadelos
Navegam no mesmo Rio…


… mas para além do Azul
Já não há Norte nem Sul
Nem no Horizonte acaba o Mar
Os Sonhos tomam o rumo do Vento
E libertam-se para segredar
Ecos que se propagam
no Firmamento


Para além do Azul
Começa a Noite
Para além do Azul
Começa a Solidão …


Para além do Azul
Começa a Poesia




ANDA UM POETA NO CÉU


- Quem pintou o Céu de violeta?
- Foi o Poeta, foi o Poeta! …
- E como chegou até lá acima
P´ra fazer tal obra-prima?
- Foi de avioneta, foi de avioneta.


- Senhor Poeta, que atitude tão ousada!
- Quem o trouxe até cá?
Quem o levou até lá?


- Foi a Imaginação atiçada, o Sonho, a Poesia …
- Diga antes que foi a Dona Fantasia,
Senhora de grande teimosia,
Habitante no País da Nuvens,
Que o coroou “Rei dos Homens” …
- Assim é e eu sou o Poeta
Que pintou o Céu de violeta,
Acordou os anjos com uma corneta
E nele viajou de avioneta.


Se eu varresse as escadas
Se as escadas fossem ter ao Sol
Se o Sol rompesse as nuvens
Se as nuvens rasgassem o Céu
Se o Céu fosse infinito
Se o infinito tocasse o horizonte
Se no horizonte acabasse o mar
Se o mar coubesse no meu Sonho
Se o meu Sonho fosse navegar
Se navegar me levasse ao arco-íris
Se o arco-íris fosse um baloiço
Se o baloiço voasse sem parar
Se a paisagem fosse bela
Se eu fosse a Cinderela
Montava um cavalo alado
Que me levasse à estrela polar
Se a estrela polar fosse minha e tua
Também a lua
Caberia na nossa rua
Se a rua tivesse uma porta
Se a porta apanhasse chuva
Se a chuva molhasse a bola
Se a bola saltasse p’ra a minha mão
Se a minha mão tocasse no chão
Se no chão girasse um pião …
E eu pudesse brincar com o João…


Anda no Céu um Poeta…


- Quem pintou o Céu de violeta?
- Foi o Poeta, foi o Poeta! …
- E como chegou até lá acima
P´ra fazer tal obra-prima?
- Foi de avioneta, foi de avioneta.


- Senhor Poeta, que atitude tão ousada!
- Quem o trouxe até cá?
Quem o levou até lá?


- Foi a Imaginação atiçada, o Sonho, a Poesia …
- Diga antes que foi a Dona Fantasia,
Senhora de grande teimosia,
Habitante no País da Nuvens,
Que o coroou “Rei dos Homens” …
- Assim é e eu sou o Poeta
Que pintou o Céu de violeta,
Acordou os anjos com uma corneta
E nele viajou de avioneta.




ALMA


Eu sou o teu Destino,
O bater do teu coração …
Eu sou os teus Sonhos
E a tua Realidade


Eu sou a Tua alma


Eu sou o teu Sorriso
E as tuas Lágrimas
Eu sou a Saudade,
A tua Dor e o teu Prazer
Eu sou a Tua alma


Eu sou as tuas Palavras
E o teu Silêncio
Eu sou a Coragem que te anima


Eu sou a Tua alma
Eu sou a Escuridão
e o teu Desespero
Eu sou a Luz que procuras para seres feliz


Eu sou a Tua alma


Eu sou Fantasia e Êxtase
Eu sou a Desilusão
Eu sou a Fé que mantém o teu espírito forte
Eu sou o Amor que te prende à Vida


Eu sou a Tua alma


Eu sou o Universo dentro de ti




VEDE MARIA


Aqui estou eu de novo
Tentando encontrar-me
Procurando a Paz
no limiar do horizonte
Mas a coragem esbate-se
O sol já se pôs
E o silêncio dói
A névoa invade a paisagem
E a minha alma suplica


Vede Maria
Vede Maria
O meu Destino!
Se isto não é um pesadelo
Dizei-me o que é Senhora?


Fecho os olhos e sei que estás aí
Num mundo que é só meu
Descalço na areia
À espera do meu abraço
E eu só
Preciso de um lugar
Que possa ser o meu Lar …


Vede Maria
Vede Maria
que o meu olhar se perde
No rio que corre sereno
No mar que se revolta
No voo errante de uma gaivota….
Se isto não é amor
Dizei-me o que é Senhora?


Perdida em Sonhos
Caminho ao acaso
À procura de mim
À procura de ti
No meio da multidão
No meio do meu silêncio
No meio da noite …


Vede Maria
A minha dor
Se este não é o caminho
Dizei-me por onde ir, Senhora…




JÁ NASCEU O MEU MENINO


Já nasceu o meu Menino
E como é lindo!
É lindo o meu Menino…
Agora embalo-o enternecida
Os meus braços são o seu baloiço
E os dois assim embalados
Rodopiamos numa dança encantada…
- Tu és o meu Sol! – sussurro-lhe baixinho …
As estrelas riem juntinhas
E ele dorme lindo e tranquilo
Encostado ao meu peito…
A Lua sorri-me e dá-me um beijo
… e o meu mundo tornou-se mais Azul …


Já nasceu o meu Menino
E como é lindo!
É lindo o meu Menino…


Numa longa noite dentro de mim
Foi crescendo, brincando e sonhando
Nessa enorme bola de sabão
Até sair um dia desse mundo
De segredos escondidos no tempo
“Com toda a pressa – disseste tu – Só para te conhecer”


Já nasceu o meu Menino
E como é lindo!
É lindo o meu Menino…




BELA ADORMECIDA


Sonho que sou a Bela Adormecida
Prostrada num longínquo altar
À espera que o meu príncipe encantado
Percorra montes e vales para me vir despertar


Mas a espera é longa, destrói
Tarda e dói
E eis que ele surge ao longe
Cavalgando exuberante
Montado no seu belo cavalo alado


Abri-vos olhos meus e minha boca
Que é chegado o meu amado
Nesta espera tonta e louca


Abrem-se meus lábios doces
há tanto fechados
Murmurando segredos
ante meus ais
Mas diante de mim,
só distingo sombras, vazio
Alucinação … e nada mais.




SER POETA


Ser Poeta é ser diferente
Entre mil e tanta gente
É ser sóbrio parecendo louco
E sentir tudo, dizendo pouco …


… é querer amar Este, Aquele, Alguém
Aqui, Agora e no Além
É contemplar inebriado a Paisagem
Tão perdidamente
Até crer que é Miragem.


È voar mais alto no Sonho
Onde inventar não tem tamanho
É pousar de leve nas nuvens
E reinar de cima sobre os homens …


… e é Amar-te, amando Tudo
É olhar-te a alma num gesto mudo
É sentir calado um Fogo ardente
E querer guardá-lo eternamente.




CAVALEIRO ANDANTE


É na Silêncio das brumas da Noite
Que o meu Cavaleiro Andante
Cumpre o seu Destino, exuberante …
Sou eu o seu porto de chegada,
E sozinha me ergo enlevada
Envergando o meu vestido fino
E com ele embrulho a Noite
E lanço-me tal qual uma pena
Sobre o seu corpulento Rocinante
Que me leva esvoaçante
Ao seu mundo fascinante,
Planando sob um vento levante …
A névoa é o meu manto
Com que abraço o meu amante
Que comigo percorre as Trevas, radiante …


Mil vozes são ecos sussurrantes
Que se confundem na penumbra
Das asas da Noite intrigante …
Sacudindo as rédeas do seu Rocinante
Numa fúria alucinante,
O seu peito aberto, saltitante
Abriga-me da noite, sufocante
Enquanto o meu Príncipe esvoaçante
Solta gritos ofegantes
Que espantam dragões fumegantes
Escondidos em castelos distantes …


São suspiros, murmúrios, segredos
Que sufocam, chamam, sussurram …


Olhando no espelho da sua alma
Só descubro desejo, volúpia, prazer
E com ele cavalgo sem tempo
Nas asas da Noite, em chama ardente
Montada no seu cavalo alado
E com ele parto
Para bem longe
Na solidão do meu quarto.


Todas as constelações
Poisam sobre as nossas sombras
Que se abraçam, enlaçam e entrelaçam
Ao som de uma música deslumbrante,
Nos escombros da noite alucinante


Mas é na penumbra da manhã
Que o meu cavaleiro andante
“Parte ledo e triste, caminhante … “
Doravante só voltará
A assaltar-me em sonhos, vigilante.
Por agora, só me beija suavemente
Que quase o confundo com o vento
E Eu, sua Bela Adormecida
Não sou mais que um sopro de vida
Que respira, suspira, abraça e rodopia
E se enrosca no seu manto esvoaçante,
Antes que ele parta tristemente
Montado no seu cavalo andante.




EU ACREDITO NELE


Eu acredito n’Ele
Aqui e em toda a parte
Agora e por todo o Sempre
Porque n’Ele se funde o Universo
Toda a Justiça e toda a Verdade
Todo o Mistério e Sabedoria
Todo o Silêncio, Beleza e Bondade…


Eu acredito n’Ele
E no seu reino de Luz
Onde o Verbo se fez Jesus
Porque está escrito na Paisagem
Que a Morte fica Além
Onde paira o Nada e a Miragem
Onde tudo é Espírito e Eternidade


Eu acredito n’Ele
E na sua omnipotência
Porque em tudo o que me rodeia
Há um eco da sua presença
Uma chama acesa no coração
que me incendeia a Alma
Um pensamento bom,
Amor, Compaixão e Emoção…


E todo o meu poema se enche de Paz
Porque há uma Luz cósmica que o ilumina
As palavras brotam no papel
Os sentimentos enternecem-me
E as ideias florescem
A inspiração eleva-me


Eu acredito n’Ele
Aqui, Agora e Sempre!




GOSTO DE TI


Gosto do teu abraço
Gosto do teu sorriso
Gosto que me olhes assim


Gosto das tuas palavras que me embalam
Gosto das tuas fantasias que me enlevam
Gosto do teu Mundo que estou a descobrir
Gosto de Sonhar contigo
Gosto de acordar ao teu lado
Gosto que estejas aqui.


Gosto do teu beijo ardente
Gosto que me toques de olhos fechados
e me acendas o Desejo
Gosto da tua respiração ofegante
Gosto de te sentir dentro de mim


Gosto que me faças voar
Gosto de te amar … assim




TALVEZ ACTOR


Talvez se nos provocasses
Talvez se nos procurasses
Talvez se nos olhasses …


Não tiraríamos os olhos de ti
As tuas palavras seriam melodias nos nossos ouvidos
E tocar-nos –iam o coração


Talvez ficássemos a ver-te, a ouvir-te eternamente
E a aplaudir-te …


Se assim o fizeres,
Promete que nos levas às estrelas.




Fala-me de Abril
Fala-me de Abril
Conta-me como foi em mil
Essa longa Noite desesperada
Por sombras negras dominada
Que espalhou o luto sem tréguas
Numa “Nação Valente e Imortal”
Conta-me quantas “lágrimas salgadas”
Banharam os rostos de Portugal
Pelos heróis torturados no Tarrafal
E por aqueles que foram lutar
Para além deste Mar, sempre Mar
Cansado de tanto esperar
Por um dia novo que haveria de chegar…


Mas conta-me como foi esse despertar
Que libertou gente aprisionada
E desceu à rua tão povoada
Há tanto ávida de gritar …


Conta-me o que jamais foi ouvido
“que uma arma foi calada por um cravo”
Pois ninguém teria acreditado
Se em Portugal não tivesse acontecido.
Lembra-me como foi esse dia
Que sem sabermos era desejado
A mim que nada entendia
Quando se ouviu na telefonia
Dizer que um golpe d’estado nos ia restituir a voz
Que alguém nos tinha tirado
E eu que ignorava tudo
E que o povo há tanto era mudo
Que entendia eu de Mudança
Se eu era apenas uma criança?


Fala-me de Abril
Conta-me como foi em mil
Esse “alvorecer”
Prometo ouvir-te com prazer
Para jamais esquecer
Que depois da escuridão
O Sol acaba por nascer.




ECOS NO FIRMAMENTO


“Ele” esteve entre nós
Há muito, muito tempo
Mas se parares um pouco
Ainda consegues ouvir
o Eco da Sua Voz no Firmamento
Porque nas Suas palavras d’ Humildade
Houve toda a magia da Verdade!


Através dos tempos,
“Ele” espreita-nos, sussurra-nos
Vive dentro de ti, dentro de mim
No nosso pensamento
No nosso coração, assim.


“Ele” mudou as nossas vidas
Porque a Sua mensagem
Foi muito mais Além…
“Ele” contou-nos histórias vividas
Cheias de profundo Saber…
… como te hei-de dizer,
O que vai cá dentro
Se o fascínio por esse Homem
Ultrapassa qualquer ensinamento?!...
“Ele” continua em mim e em ti
Que pareces duvidar do que ouvi
Pois, “Ele” disse que só o Amor
É capaz de acabar com a Dor…


Mas se ainda não consegues acreditar
A fronteira do Além vais ter de passar
Para O poderes ver para crer…
“Ele” abrirá os Seus braços para te receber …
Mas não tentes lá ir
É ainda cedo para quereres partir
E para te ser revelado o que há-de vir
Decerto não vais querer voltar
E quem parte jamais pode regressar…


“Ele” esteve entre nós
Há muito, muito tempo
Mas a Sua Voz
Continua a ecoar no Firmamento …




MAR INFINITO


Mar Infinito de azul profundo
Que bom seria só abraçares o Mundo!...
Os barcos que em ti navegam
Quanto lixo em ti descarregam!
E tu deixas de ser Azul
E de empurrar as ondas límpidas para o Sul…
Fica sujo o areal
De entulho e mau cheiro…
Parece tudo tão irreal
Mas é tudo tão verdadeiro
Que me custa acreditar
Que o teu Azul poderá acabar
Se não te soubermos cuidar …
Mar Infinito, Mar …
Só quero pensar
Que isso não nos vai acontecer,
Pois ninguém gostaria de ver
A tua imensidão morrer …




AO PRIMEIRO AMOR


Ele foi diferente
Diferente de toda a gente
Não foi só o adolescente
Aquele que temos em mente


Ele foi diferente …
Foi real e imaginado,
Por qualquer um inventado,
Ídolo sempre sonhado …


Ele foi diferente
No olhar, na emoção …
Ele foi Romance e Desilusão
Desventura e Paixão
Revolta e Aceitação
Foi Temido e Adorado
Na multidão procurado
Ele foi Deus e o Diabo
Poesia na noite fria
Suicídio e Delírio
Em vãos momentos de Desvario …
Foi porta aberta para o Sonho
Com desfecho em Assombro …
Ele foi tudo isso e muito mais …
Não foi só Capricho
Para além dos demais
Como é difícil descrevê-lo!...
Todas as palavras falham em fazê-lo,
Apenas porque ele foi diferente,
Diferente de toda a gente
Daquela que temos em mente …


Ontem, ele foi diferente …
Hoje, é na rua, mais um passante.




ROMETA E JULIEU


Ao toque surdo da campainha
Saem ele bem depressinha
Saem sem freios do liceu
Aí vão eles Rometa e Julieu


Dá ao pedal a Rometa
Põe a roncar a lambreta
“Pára aí! – diz Julieu
P´ra verificar o pneu


E pela estrada fora
Seguem os dois agora
Sai um rato a atravessar
Põe-se Rometa a buzinar …


Ou do solavanco ou do vento
Estremecem ambos num só tempo
Sacudidos pelo balanço de repente
Colam-se os dois para a frente.


Agarrado à sua cintura
Parte Julieu à aventura
Sente nele um fogo posto
Ao toque dos cabelos dela no rosto
Fustigando ligeira a lambreta
Sobe e desce Rometa
Nas lombas redondas em frente
Sonhadora, desvairada, tremente


Somem-se as árvores dançantes
Corta de uma só vez a paisagem
Soltam gemidos galopantes
que se confundem na aragem


Sobe, sobe Rometa acima
Já sente colada a saia fina
Desce, desce, Romeu em brasa
Lembra o Demónio a sair de casa


De lambreta pela estrada fora
Seguem ambos que é a hora
Voando loucos na sarjeta
Aí vão eles Julieu e Rometa.


Amar-te-ia perdidamente
Amar-te-ia perdidamente
Se percorresses errante
Montes, vales, longas estradas
E atravessasses rios e florestas encantadas
…. Só para me encontrares.


Amar-te-ia perdidamente
Se olhasses bem no fundo
Dos meus olhos e descobrisses
Que eu sou o teu mundo


Amar-te-ia perdidamente
Se no teu abraço escaldante
Encontrasses a mesma volúpia
Com que o céu beija a areia.


Amar-te-ia perdidamente
Um segundo que fosse
Se no teu mundo coubesse
Um pouco da minha alma


… um retalho da minha vida por acontecer …




POESIA É...


Um olhar perdido na Paisagem
uma chama acesa
Um sol a brilhar
Um verso que encanta
Uma criança que nasce
Um pássaro a planar
Uma flor a desabrochar
Uma vela em alto-mar
Um reino de paz
Uma fada escondida
Uma noite estrelada
Um baloiço vazio
Uma Paisagem distante




POESIA


Poesia
É uma rua deserta
Um vulto perdido
Sonhos que voam no vento
Um adeus que se sente
A saudade que dói
O tempo que passa
A terra a girar
A vida a acontecer
Uma lágrima caída
A alma ferida
Momentos desfeitos
Sentidos no olhar
Um grito no Vento
O sol a pôr-se no horizonte…


Poesia
É uma viagem nas palavras
Onde o sentimento é Rei
É um mundo de emoções
Onde só o Poeta pode entrar…




Há no teu Silêncio uma dura Verdade
Vejo- te calado e pensativo
Olhas o céu, distraído
Caminhas soturno ao acaso
E eu…
Já te vi um olhar mais atento
E um sorriso mais aberto!
Há no teu silêncio
Uma Verdade dura e fria
E eu…
Eu queria agarrar-te o segredo!


… começaste, agora, a entender que a vida
É apenas um sopro…


… E o teu silêncio invadiu-nos
Tomou conta das nossas palavras…
Que importa o Mundo rubro lá fora
Se a tua Dor
É brecha nesta muralha
Se o teu pensamento mudo
É obsessão no momento
E se no teu olhar
Acabou o reflexo vivo da Luz…




Enfim
Tudo é Silêncio
E o teu Silêncio dói-me na Alma.




GRATIDÃO


Obrigada pelo Sol, pela Chuva... por todos os meus dias
Obrigada pela Lua, pelas estrelas, pela noite, pelo Universo
Obrigada por todos os seres vivos, pelas montanhas,
Pelas nuvens, pelos rios, pelos oceanos...
Obrigada por este belo planeta azul que é a minha casa!
Obrigada por ser belo tudo o que me rodeia!


Obrigada pelo meu sorriso... pelo vosso sorriso
Obrigada por fazerem parte da minha vida
Obrigada por acreditarem nos meus Sonhos e Afectos
Obrigada pelo Amor que me dão
sem nada me pedir em troca
Obrigada pela família linda que tenho
Obrigada por viver em Paz
Obrigada pela Saúde de que disfruto
Obrigada por ter um lar
Obrigada por ter tudo o que preciso
Obrigada por Estares sempre comigo
nos momentos felizes
e menos felizes da minha vida


Obrigada por eu estar aqui!
Obrigada por ser tão feliz!




QUANDO


Quando a Lua brilhar na minha rua…
Quando o Vento me contar o seu segredo …
Quando o meu farol
Iluminar a noite fria
Quando eu acordar
e descobrir que o Amor e a Paz
São finalmente Realidade …
Quando o meu Poema
tocar o outro lado das palavras …
Quando uma criança me sorrir nos braços …
Quando as minhas palavras
te ajudarem a ser feliz …
Quando eu for capaz de “voar”
mais alto no Sonho …
Quando a Dor se for embora
e o meu Mundo for mais azul …
Quando a minha estrela
se apagar no Universo …


Quando eu desistir …
Quando eu me levantar …
Quando eu me reinventar …
Quando eu chorar …
Quando eu, por fim, sorrir …
Quando eu …


Quando …




Fantasia

Vem comigo, amor,
ao meu mundo encantado
da fantasia.
É tão fácil lá chegar
é só fechares os olhos …
eu dou-te a mão …
O horizonte é já ali
o céu está tão perto
e o arco-íris chama-nos.

Deixa-me que te prenda
No meu abraço quente e desnudado
e te sufoque com um beijo sôfrego
redondo ,lânguido e  profundo…
Sente a aura rosa a envolver-nos
agora que nos olhámos ávidos de desejo
enquanto  nos tocamos perdidos
de loucura,  de desenfreada  paixão ...

Deixa que o azul turve os nossos sentidos
e nos entorpeça de arrepios de calor e frio
agora que de olhos fechados nos descobrimos,
nos abrimos, nos rasgamos,  nos penetramos
 ao mesmo tempo que  tu és eu e eu sou tu

Enquanto trocamos de corpo
já o anil nos bafeja de mansinho
e as nossas mãos sedentas,
deslizam  galopantes,
e se tocam húmidas
 e nos sentem, em delírio,
e em febris espasmos de prazer …

Mas é no verde e no violeta
Que as nossas emoções se atropelam
Enquanto afagamos nossos cabelos
Desgrenhados e nos exploramos
Em sensações vertiginosas
que nos fazem soltar gemidos selvagens
que ecoam dentro de nós
acelarando o bater dos nossos corações…

Envoltos no vermelho e no laranja
Os nossos corpos incendeiam-se…
 Agora somos fogo, lava, vulcão
Em erupção
O inferno e o Paraíso fundem-se
Fervilha-nos o sangue nas veias
Retemos, avançamos, retemos
Trocamos palavras soltas, desconexas
 explodimos
 em suor e êxtase e voamos…
O azul regressa em doce letargia
A paz e o silêncio estão connosco
Prostrados num só abraço, sorrimos
Somos um só corpo, uma só alma
Numa entrega única e extrema ...

 

Além
Debaixo deste azul
Para lá das nuvens
Para além do horizonte
Estás tu…
Para além do Mar
Para além da Saudade
Para além de mim.

Adivinho o teu sorriso
No violeta das cores
E as tuas palavras apenas virtuais
Ouço-as e escrevo-as
No meu coração.

Viajo no teu olhar
Que vislumbro de olhos fechados
Sinto as tuas mãos
Quando toco o Vento
Busco-te nos Sonhos
Que a noite me oferece…
E vou vivendo ao sabor
Dos desígnios do Universo
Ao sabor da corrente
Ao sabor das ondas do mar.


Perdida em ti …

Perco o controle
Quando te olho nos olhos, amor
Tu e eu temos um Sonho
Voar sobre uma nuvem violeta
E planarmos sobre a paisagem

Perco o controle
Quando me tocas, amor
Tu e eu temos um Sonho
Sentirmo-nos
Para além do Ser
Para além da alma.

Perco o controle
Quando me escreves
Palavras que exalam perfumes
Que me entontecem
Com os seus odores coloridos.

Perco o controle
Quando te vejo diante de mim
E te sorrio
Para te receber nos meus braços
Que doem de tanto te quererem abraçar…
                                                                                                           
Entre o azul e o violeta
Estou eu em busca de ti…

 

Tu … eu…

Olho para ti
E vejo-me no espelho da tua alma
Onde me contemplo
E me vejo linda
O meu mundo está no teu olhar
Onde tu e eu
Somos Eternidade…